terça-feira, 2 de abril de 2013

Tatuagem


Para homenagear raízes,  tatuagem de uma paisagem estilo cordel e um texto cheio de inspiração...


Asley e seu sertão querido



"No sertão tudo é e não é. 

Tudo que nele é bonito, é também, de alguma forma, absurdo. 

O sertão é do tamanho do mundo. 

Nele, tudo cabe, e sua realidade é móvel, mutante e transformadora. 

Sertão é o sozinho, é o dentro da gente, é o sem lugar. 

Um mundão de ausências, uma espera enorme. 

Uma falta que sempre, e de repente, volta a rodear a gente por todos os lados.

No sertão, tudo está por se fazer ou por se perder. 

No sertão, o ser humano é um ser provisório, muito provisório, a se perguntar o que nunca se sabe com certeza. 

No mundo-sertão onde habita, o jagunço é também contraditório, sempre em movimento e transformação incessante. 

Sua vida é sempre um exílio de si mesmo, encontro e desencontro, reconhecimento e estranhamento, entre a esfera universal dos valores e a esfera particular da existência. 

Atravessa-se o sertão tomando conta dele por dentro. 

Só podemos nos construir plenamente se reconhecermos o sertão dentro da gente, sertão que a princípio a gente estranha e acha que é outra coisa, mas é nós mesmos." 

Asley Gonçalves

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