Para homenagear raízes, tatuagem de uma paisagem estilo cordel e um texto cheio de inspiração...
Asley e seu sertão querido |
"No sertão tudo é e não é.
Tudo que nele é bonito, é também, de alguma forma, absurdo.
O sertão é do tamanho do mundo.
Nele, tudo cabe, e sua realidade é móvel, mutante e transformadora.
Sertão é o sozinho, é o dentro da gente, é o sem lugar.
Um mundão de ausências, uma espera enorme.
Uma falta que sempre, e de repente, volta a rodear a gente por todos os lados.
No sertão, tudo está por se fazer ou por se perder.
No sertão, o ser humano é um ser provisório, muito provisório, a se perguntar o que nunca se sabe com certeza.
No mundo-sertão onde habita, o jagunço é também contraditório, sempre em movimento e transformação incessante.
Sua vida é sempre um exílio de si mesmo, encontro e desencontro, reconhecimento e estranhamento, entre a esfera universal dos valores e a esfera particular da existência.
Atravessa-se o sertão tomando conta dele por dentro.
Só podemos nos construir plenamente se reconhecermos o sertão dentro da gente, sertão que a princípio a gente estranha e acha que é outra coisa, mas é nós mesmos."
Asley Gonçalves
Nenhum comentário:
Postar um comentário